Heavy Metal

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terça-feira, 27 de julho de 2010

ENTREVISTA COM CÉSAR FIVE NO METAL CLUBE

 O site metal clube, um dos melhores do Brasil especializado em Metal e Rock, entrevistou, o baterista César "FIVE" Louis, que entre diversos assuntos, fala sobre o recém lançado cd Getting Down To Business. Confira a entrevista completa pelo link: www.metalclube.com 
Você pode ler a entrevista na íntegra abaixo:


Pronto para surpreender! Após quase uma década de estrada os gaúchos do Epitaph divulgam “Getting Down to Business”, seu primeiro disco oficial. O disco de estréia trouxe influências de nomes consagrados como Judas Priest, Saxon, Iced Earth, dentre muitos outros. O Metal Clube conversou com o baterista César “Five” Louis  para falar sobre o início da carreira do grupo. Conheça essa interessante revelação do Heavy Metal gaúcho!
Metal Clube – Olá César! Boa sorte na divulgação de “Getting Down to Business”.
César  - É um prazer para a Epitaph poder falar com os amigos do Metal Clube e divulgar nosso disco  “Getting Down to Business”.
Metal Clube – O Epitaph está na estrada desde 2000, porém só agora aparece com mais força no cenário. Fale, então, sobre os primórdios da banda e como se deram as primeiras composições.
César - Sim, nosso início foi uma reunião de amigos que já tocavam em outras bandas,como eu que tocava no Volúpia, uma das primeiras de metal aqui. Contemporânea de Aataroth e Spartacus, conhecidas bandas dos primórdios do Metal aqui no sul. O guitarrista Marcelo Fernandez, tocava na Leviaethan, além de gravar material com a Alchemist , e os outros também participavam de outras bandas. No inicio éramos um quarteto, pois somente em 2003, Marlon Steindorff, que vinha da banda The Wise, juntou-se a Epitaph.

Todos tinham em comum a paixão pelo Metal tradicional oitentista, hard rock e o thrash da Bay Área. Juntamos todas essas influências e adicionamos as novas tendências dos anos 2000, filtrando o que gostávamos. Nenhum de nós estava mais a fim de tocar qualquer coisa para estar apenas fazendo shows, mas sim aquilo que nos agradasse.
Amizade, experiência e gostos similares são os ingredientes principais para um bom começo. Não perdemos muito tempo e lançamos nossa primeira demo (nos formatos CD e fita K-7) e já tivemos boas críticas que possibilitaram a banda ficar conhecida rapidamente no underground gaúcho e catarinense.
Metal Clube - O nome da banda foi escolhido devido à canção Epitaph do disco “Sad Wings of Destiny”, do Judas Priest. Seria essa banda a principal influência do Epitaph na hora de compor? O que vocês mais admiram no trabalho do Judas Priest?
César - No começo alguns criticavam, pois achavam que copiamos o nome de uma gravadora da época (risos), mas quem conhece viu que o nome vinha de algo mais específico. Para mim o Judas significa o próprio Heavy Metal, tanto nas músicas, visual e o nome que é sensacional. Se alguma pessoa me pede o significado de Heavy Metal eu logo falo que Judas é a resposta.
E ao longo dos anos sempre alguma música deles está presente nos nossos shows. Na hora de compor a influência de bandas como Black Sabbath, Dio, Saxon, Grave Digger, Accept, Primal Fear e outras acabam aparecendo na nossa música.
É claro que não somos fechados em nossos gostos pessoais e sempre estamos antenados nas novas bandas e estilos dentro do Metal e do Classic Rock. Posso garantir que o próximo CD será diferente, ainda mais pesado, mas com as características básicas que fizeram a Epitaph permanecer junta até hoje.
Metal Clube – Somente após dez anos de estrada a banda aparece com um álbum completo. Esse longo período era planejado para a banda? Quais foram as principais dificuldades que impediram “Getting Down to Business” de sair anteriormente?
César - De certa forma sim. Lançamos nesse período duas demos oficias e participamos de duas coletâneas (GARAGEM HERMÉTICA METAL E ROCK SOLDIERS), e após consolidar o nome no Rio Grande do Sul, chegamos naquele divisor: ou mantemos a banda como amadora ou tornamos uma banda de verdade com um CD oficial.
Começamos a gravar as baterias e vocais no estúdio do Fábio Lentino  da The Ordher. Para as guitarras alugamos um Marshall JCM 900, levamos para minha casa e cobrimos o “ampli” com uma cabana de colchões e cobertores (risos), sem efeitos adicionais e gravamos várias camadas de guitarras no volume máximo. As letras ficaram a cargo de nosso grande amigo Denis Winston, que sabia transformar nossas idéias e as deles, em grandes composições.
Após tudo pronto não ficamos nos torturando atrás de uma gravadora, pois sabemos das dificuldades para conseguir um contrato e decidimos lançar de forma independente, divulgando de forma gradual, primeiro no sul, depois resto de Brasil. Agora vem a divulgação em escala mundial. Quem sabe encontramos uma boa distribuidora? Infelizmente, com as mudanças do mercado musical devido à internet, o CD vem perdendo o espaço gradualmente e hoje viraram praticamente souvenirs das bandas.
Metal Clube – Fale sobre a participação do vocalista Gustavo (Apocalypse) na canção ‘Death Bells’. Quais os pontos favoráveis para essa escolha?
César - O Gustavo é um amigo de longa data, pois era da banda The Wise, onde nosso guitarrista Marlon Steindorff tocava. O Metal faz parte da formação musical dele e o convite foi natural. Ele é um excelente vocal e fez bem as suas partes no “duelo” de vozes com o Joe F.Louder (risos).
Sempre que possível, ele aparece nos nossos shows e  canta ‘Death Bell’. Além do mais temos um projeto chamado Sabotage, onde o Gustavo, Marlon Steindorff, Alexandre Prokopiuk e eu apresentamos músicas de todas as fases do Black Sabbath, e que é bem conhecido aqui no Sul. Fizemos dezenas de shows esses anos todos com a Sabotage.
Metal Clube – Existe o interesse de que novos músicos participem de próximos trabalhos da banda?
César - Sim! Temos alguns nomes de amigos e até de um vocalista internacional que é uma grande influência para nós, mas por enquanto estamos na fase de negociações. Além do mais, temos muito que fazer ainda para divulgar o “Getting Down to Business” e fazer com que chegue a cada vez mais pessoas. Sem falar, que para o próximo CD, será indispensável uma distribuição profissional.
Metal Clube – Mesmo com todas essas influências a banda buscou incluir algumas características próprias em seu som? Existe alguma canção do disco que remete em algo mais peculiar sobre as características da banda em estúdio?
César - Sim, pois baseamos nossa música em um Metal mais direto, baseado em riffs marcantes e refrões que façam as pessoas saírem do show lembrando-se das melodias. O Metal hoje em dia ganhou muito em qualidade e técnica, mas perdeu muito a sua espontaneidade. Adoro refrões e solos de guitarra que podem ser cantados (risos). Descobrimos que muitas pessoas sentiam falta disso e direcionamos nossas músicas para esse caminho. O GDTB possui Thrash, Hard, melódico, Metal tradicional. Ele não é linear, mas todas as músicas têm aquela característica própria da Epitaph. A música ‘Metal Wings’ foi composta no estúdio e difere um pouco das outras e tem se destacado bem no CD e nos shows e é uma das minhas favoritas.
Metal Clube – Vocês são fãs de bandas clássicas que incendiaram a década de oitenta, tais como Judas Priest e Saxon. Atualmente muitos desses grupos, por exemplo, não conseguem agradar com seus últimos trabalhos. Como vocês avaliam ao atual momento das bandas “oitentistas” que explodiram naquela época e que servem como exemplos para vocês?
César - O Metal mudou muito dos anos 80 para cá, mudanças na parte técnica, na gravação e no próprio gosto das pessoas que curtem. Várias tendências do Metal surgiram e desapareceram.  As bandas “oitentistas” que sobreviveram a tudo isso tiveram dois caminhos em minha opinião: ou se adequaram aos novos tempos mudando sua música e até mutilando de certa forma suas características ou no outro caso agarraram-se ao seu passado, evitando mudanças no seu som. Eu não tenho preconceitos em ambos os casos e acho incrível esses grupos manterem-se por 20, 30 e até 40 anos juntos e a minha maior preocupação é: quem  vai  substituir (em qualidade,fama e longevidade) quando essas bandas terminarem?
Metal Clube – O cenário atual tem mostrado bandas que investem em novos estilos e/ou “mordenizam” demais suas canções. Como  é para o Epitaph fazer um som sem grandes experimentações nos dias de hoje? Qual o público que a banda pretende atingir com “Getting Down to Business”?
César - Nesses tempos de downloads as bandas buscam atrair mais pessoas e para isso “atiram” para todo lado, às vezes com excelentes resultados e às vezes não. Para a Epitaph isso não nos interessa, fazemos aquilo que realmente gostamos, pois é importante para nós termos os mesmos sorrisos de satisfação. Não esperamos muito do mercado musical.
Mas é legal ver jovens fãs de Metal descobrirem que o Metal já vem há muito tempo e não nasceu com o Hammerfall e Iced Earth! (risos) Não queremos ser uma banda saudosista e gostamos muito da modernidade do Metal. Simplesmente fazemos Metal! Sem frescuras (risos)
Metal Clube – Quais os planos para o futuro do Epitaph? Existem shows agendados?
César - Os planos são os mesmos de todas as bandas independentes:  divulgar nossa música, abrir novos mercados e conhecer novos amigos dentro do Metal. Estamos começando a compor material para o sucessor do “Getting Down To Business”. Esperamos que o mercado musical encontre seu caminho e que o Metal cresça não apenas “virtualmente”,  mas sim de forma efetiva e que possibilite o surgimento de mais bandas. Underground deve ser um estágio para uma banda e não a sua “casa” definitiva! (risos)
Metal Clube – César “Five” Louis, obrigado pela atenção. O espaço é seu!
César - Agradecemos esse espaço importante que o Metal Clube abriu para a Epitaph e esperamos que muitas pessoas escutem o “Getting Down To Business” e apóiem a banda.
Para maiores informações sobre a banda e de como conseguir o CD visite:  www.myspace.com/epitaphheavymetal e www.epitaphheavymetal.blogspot.com
 
A entrevista foi feita pelo colaborador do site METAL CLUBE REYNALDO TROMBINI.


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