Segue a entrevista na íntegra!
Epitaph mantendo-se criativo com qualidade
"Formada
em Porto Alegre em 2000, a Epitaph, tem como influência das bandas
clássicas dos anos oitenta. Praticando um Heavy Metal calcado na NWOBHM,
a banda lançou de forma independente em 2009 o seu primeiro disco de
inéditas ”Getting Down to Business”.
O
baterista César "FIVE" Louis, fala das comemorações dos 15 anos da
banda, dos planos futuros e do trabalho que vai suceder o “Getting down
to Business”.
César "FIVE" Louis: Sim,
passaram-se 15 anos e vimos muita coisa acontecer, o metal cresceu,
caiu, cresceu e agora passa por uma fase complicada, especialmente aqui
no Brasil para bandas pequenas e independentes, pois a meu ver, as
mídias sociais e o download, que seriam para divulgar as bandas(e de
certo modo o fazem) por outro lado acomodaram o público, que em boa
parte não apoia a cena indo em shows, nem adquire merchandising das
bandas, além disso a concorrência ficou maior e é preciso ter
criatividade e qualidade para manter-se na cena e enfrentar os poucos
lugares para tocar, votações para escolhe de quem vai tocar aonde
,crises econômicas e demais problemas que todas as bandas tem que
passar hoje em dia. Felizmente a Epitaph soube adaptar-se e estamos
firmes, fazendo nossos shows e já em processo de gravação do sucessor
do Getting Down To Business. E posso te garantir que foram 15 anos de
muita diversão, mais de 140 shows e a mesma garra da época em que
começamos e a vontade de seguir gravando e apresentando para as pessoas a
nossa paixão pelo Heavy Metal em forma de música.
César: A
opção de lançar o Getting Down To Business, foi que as gravadoras na
época já enfrentavam os problemas que hoje se agravaram: dificuldades na
distribuição, não financiam as gravações e a banda recebe apenas uma
quantidade do material para venda própria. Além disso queríamos ter o
controle das vendas e distribuição e ao meu ver o teu trabalho tem que
chegar nas mãos certas: direto ao público que viu teu show, gostou da
banda e adquire contigo diretamente teu material.
O
próximo CD da Epitaph, caso não hajam propostas, deverá ser lançado de
forma independente também, pois gostamos dos resultados que obtivemos.
HMAN:
15 anos de estrada, mas somente em 2009 saiu o debut “Getting Down to
Business”, o que esse trabalho representa para o Epitaph?
César: A
Epitaph antes de lançar seu debut Getting Down To Business, já tinha
lançado material com duas demos; primeiro a 'WAITING YOUR DEATH" de
2001, com 3 músicas e que foi distribuida até em Portugal. Em 2002 nossa
segunda demo "THE TOLL OF THE BELL". E tivemos ainda a participação na
coletânea ROCK SOLDIERS VOLUME 6 e no CD GARAGEM HERMÉTICA METAL de
2003, com mais 3 bandas. Para quem não sabe a coletânea foi lançada pelo
antigo e mais conhecido Bar de rock de Porto Alegre...o GARAGEM
HERMÉTICA. A partir dai sentimos a necessidade de lançar o full-lenght
que começou a ser gravado no final de 2006, no ESTÚDIO 1000 do Fábio
Lentino (da The Ordher) e com sessões incríveis de gravação das
guitarras e baixo realizadas na casa de meus pais que estava vazia na
época. Em 3 dias, com ajuda de um JCM 900(sempre no talo) dezenas e
dezenas de cervejas, gravamos 80%das guitarras analógicas e depois
completamos mais algumas no estúdio. Já bateria e vozes foram todas
gravadas em estúdio. Tivemos a participação do grande amigo Gustavo
Demarchi (hoje vocalista da Apocalypse) na música Death Bell, as letras
foram compostas pelo "sexto" Beatle o Dênis Winston que até hoje compõe
para a Epitaph; eu e o Gustavo também escrevemos material para a banda.
A capa foi feita a mão, uma exigência nossa, em pintura em tinta a
óleo(tenho o quadro original) pelo tatuador Cristiano que infelizmente
faleceu. Temos até hoje muito orgulho desse material e sabemos que
vamos ter muito trabalho para superá-lo em qualidade... e esse é o
grande desafio para o novo CD.
HMAN: Como foi a recepção do disco por parte do publico e mídia?
César: A
recepção foi sensacional, pois dos mais de 60 veiculos de
comunicações(revistas nacionais e internacionais, sites e etc) que
enviamos o material, não houve sequer uma critica negativa e que achei
mais interessante é que as diversas resenhas elogiavam músicas
diferentes, o que demonstra que o material é forte, não ficando apenas
em uma música ou duas. A Epitaph auto produziu o Getting Down To
Business e pretendemos continuar isso no próximo. E enquanto não sai o
novo material continuamos divulgando GDTB e até hoje recebemos criticas
positivas do CD ou seja, resistiu ao teste do tempo. Sobre as vendas,
queremos que chegue ao público verdadeiro e não somente vender a pessoas
que não gostam do estilo apenas por que são amigos. Mais de 85% do
material foi vendido e continua saindo. Nos shows o público pede sempre
por Death Bell (as vezes quando é possivel, o Gustavo Demarchi revive o
dueto com o Joe F.Louder) The Creature, Happy End, Night Rider e Waiting
Your Death. Por sinal os videos oficiais que fizemos são das músicas
Happy End e Night Rider.
HMAN: Como funciona o processo de composição dentro da banda? Vocês costumam compor com frequência?
César: O
processo de composição para o GDTB foi o normal, alguns riffs criados
em jams nos ensaios até formatar a música. Gostamos muito de salientar
os refrões, algo que a meu ver é a essência do metal, assim como os
riffs de guitarras, que hoje parecem meio esquecidos por muitas bandas. A
música tem que conseguir cativar do leigo ao fanático pelo estilo e
buscamos na escola do metal tradicional as bases para nosso processo
criativo, mas sempre colocando ideias modernas e adaptando o heavy aos
tempos atuais.
Já
para o novo trabalho, estamos compondo de forma diferente, eu e o
Marlon Steindorff(guitarras) temos boa afinidade na composição e
apresento riffs ou levadas de bateria que crio e ele passa para a
guitarra. O Marcelo Fernandez (guitarra) acrescente as ideias de
harmonia. O Joe F.Louder adapta seus vocais e passa as ideias de
músicas para o Dênis Winston que escreve as letras, assim como eu
também. O Raul Severo, o nosso baixista, que substituiu o Alex
Prokopiuk, também ajuda nos arranjos e nesse momento trabalhamos com uma
música dele . Finalmente após isso, nos reunimos em estúdio e começamos
a montar a estrutura definitiva e lapidar detalhes. O processo de
composição e gravação é demorado, mas muito gratificante.
HMAN: O que podemos esperar da Epitaph, para um novo lançamento? A banda já prepara material novo?
César: A
intenção é fazer um trabalho forte e superar o primeiro CD, e para isso
trabalhamos com calma para criar músicas fortes e que sejam marcantes.
O material que já está pronto mostra que o disco vai ser mais rápido e
pesado, tanto em timbres como em velocidade das músicas, e o mais legal é
que apesar de novas, as músicas tem o estilo Epitaph, e isso é possível
pelos 15 anos de tempo que tocamos juntos, mas assim como no primeiro o
novo CD terá músicas com Hard Rock, Thrash, Heavy, Doom ou seja o
estilo Epitaph e estamos muito confiantes nesse material. O plano é
reunirmos 10 músicas e uma regravação de uma música da minha antiga
banda, a Volúpia, que virá como bônus no CD.
HMAN:
O meio underground é conhecido por bandas Extremas, mas o Heavy Metal
tradicional também tem seu espaço. Você já foram questionados sobre
isso?
César: (Risos)
Sim! toda a hora e todo o momento somos questionados...é muito bom
enfrentar festivais onde a maioria das bandas são de metal mais extremo e
nós ali, fazendo o clássico Heavy...isso faz o diferencial, pois a
certa altura dos shows, as pessoas querem algo mais melódico e sempre
acabamos por conquistar novos fãs. Existem sim bandas de Heavy de
qualidade como a Storm Steel de Gravataí e a Hell Hunter de Caxias, só
para citar algumas, e elas aos poucos estão conseguindo seu espaço e a
Epitaph se sente bem em mostrar as raízes do metal as gerações mais
novas com uma sonoridade mais moderna.
HMAN: Quais os planos parar o futuro da Epitaph? Deixo aqui um espaço para a banda fazer suas considerações finais!
César: O
ano de 2016 esperamos que seja de muitos shows, gravação de um DVD
oficial e o mais importante , o do lançamento do nosso próximo trabalho.
Agradecemos o espaço pela entrevista no Heavy Metal All Night e ao
Artur. Um grande abraço aos nossos apoiadores, fãs e amigos e podem ter
certeza que a Epitaph estará com tudo nas comemorações dos 15 anos! Até o
próximo show e todos convidados para tomar umas cervejas com a banda!"
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por Artur Azeredo
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